O motivos para a remontada do Barcelona

Rodrigo Seixas
3 min readMar 9, 2017

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Ainda hoje há quem acredite que tática não ganhe jogo. Bom, uma parte da classificação extraordinária (e inédita) do Barcelona veio da mudança tática.

Na última conquista de Champions League, depois de perder para o Real Sociedad Luis Enrique mudou a equipe, Messi foi para a direita e Suárez veio para o meio. O time cresceu e papou a quinta orelhuda.

Os 4x0 em Paris podem ter sido a mudança de rumo necessária para o “Dream Team” (este é melhor do que o de 1992) terminar melhor a temporada. De lá pra cá Luis Enrique anunciou que não fica mais no Barça, o time passou a jogar no 3–4–3 (sendo mais detalhista 3–3–3–1) fez 21 gols em cinco jogos e com 100% de aproveitamento — ainda virou líder da La Liga.

A acomodação dos jogadores e da comissão técnica acabou depois da noite de Paris, foi o start necessário para sacudir o time.

A tática serve para fazer as peças do elenco joguem o máximo possível, sem um bom lateral-direito e um esquerdo em má fase a ideia foi jogar sem, preencher o meio de campo para ajudar Iniesta, sem tanto vigor físico. Messi ficou livre para circular nos espaços ofensivos, os pontas, com pés trocados (Neymar e Rafinha) cortavam para o meio — em alguns momentos faltou Rafinha cruzar bem de direita.

Além do esquema a ideia de pressionar forte o adversário deu certo, o PSG (amarelão) teve poucos contra-ataques, acertou só 73% dos passes, Mascherano e Busquets jogaram muito.

Neste “novo” Barça, Messi completou 40 passes (89% de acerto), sofreu três faltas, chutou quatro vezes e marcou um gol, chegando a 11 gols nesta edição (artilheiro) da Liga.

Mas o cara do jogo foi outro: Neymar. Aos 88 minutos de jogo cobrou uma falta da direita com maestria incrível, no ângulo. Fez o quinto de pênalti e ainda deu assistência (de esquerda!) perfeita para Sergi Roberto fazer o sexto.

Ele chutou seis vezes, sofreu oito faltas, uma delas pênalti e foi o respiro da esperança no momento difícil do jogo. São oito assistências do brasileiro na Champions, líder no quesito.

Não dá para esquecer do árbitro, os dois pênaltis da partida são forçados, o segundo ainda mais. Cristiano Ronaldo tem o apelido de “Pênaldo” por cavar alguns pênaltis, hoje Neymar fez isso, o juiz caiu na dele. E na de Suárez. Alias, a juizada gosta de ajudar o time catalão, Milan, Chelsea e Atlético de Madrid sofreram com isso no passado.

Ainda assim não deixa de ser uma classificação legal, uma coisa não pode excluir a outra.

Noves fora, a camisa do Barcelona pesou sobre a do Paris Saint Germain, só Cavani se salva, Di Maria perdeu o gol do 3x2 — em uma travada de Mascherano — Lucas mostrou porque não é lembrado por Tite e a zaga brasileira colecionou lambanças.

O final do jogo com Ter Stegen roubando a bola que resulta na jogada do último gol é sensacional. O Camp Nou quase veio a baixo com a festa enorme feita pelos catalães, teve gente invadindo o campo.

O Barcelona se reinventou em menos de um mês, a geração Messi ainda tem frutos a colher — mais ainda longe dos tempos áureos. Agora, cada vez mais, de Messi & Neymar.

Números: UEFA.com

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